Saturday, September 16, 2006

Mesmo assim...amor

Ela não suportava o fato de ele ser tão leve.
Não suportava que ele sorrisse tão bruscamente, que fosse dissoluto, que não sentisse culpa.
Ela não segurava o soluço amargurado ao contemplar a libertinagem pútrida dele. E lhe doía a úlcera aberta e nauseabunda.
Ela não lhe agüentava o desprendimento e a renúncia. A graça, a agilidade e a força de lobo.
Ela não era capaz de prende-lo a ela, a ela somente. De profunda que era precisava ser tomada por completo, ser preenchida densamente, tanto que sua existência fosse a dele também.
Mas não foi assim, nunca tinha sido. Ele tinha asas muito ágeis para não poder voar e ela, raízes muito profundas para não mergulhar.