Friday, February 23, 2007

Eu vi

Vi Agonia
andando de um lado
a outro da janela
descalça.
Vi Insônia
piscante em luzes vermelhas
passando pelos cabelos
um pente
repleto de dedos
que apagam a luz
e morrem amortecidos
entre os dentes.
Vi Agonia
de pijamas.
Marchando de um lado
a outro do espelho, ainda
descalça
na penumbra.
Vi Insônia me beijar e
Agonia me apertar
suspirante
me trouxeram o delírio
e amordaçado me entreguei
levaram tudo
meu corpo despido,
e meus olhos
duas janelas vazias.

Sunday, February 18, 2007



Os cheiros lá de fora, a música que na minha língua não entendo, a garota que canta a outra que cala, e eu nas palavras de Borges me perco em pensamentos. Pensamentos de possíveis amores, de amores impossíveis, dias atrás que não são mais, esculturas da senzala, agudeza da fala, a tatuagem de Escher que ainda não beijei; o único encontro suado, apertado entre um minuto e outro, lindos olhos em tom de sol que eu cantei por uma madrugada-manhã. Meu coração bate porque assim é mas sem paixão.
Sigo só.
Amando tudo e nada, mascarada.

Tuesday, February 06, 2007

Lufadas de vento
Esquentam meu pensamento
Aquela lua cheia nao foi só
Clara e linda
Nos teus olhos lindos.
Nos tons em dó
Que eu canto
Presente do acaso vindo
No acaso ido
Fizeram de um dia
uma noite
Madrugada e amanhecer
Sem adormecer
Inesquecíveis
Nos teus olhos lindos
Alegres de garoto.
Sem jeito
Teu jeito com o meu
Encaixa
Meu esconderijo
Difícil de encontrar
Tem na chave um sorriso
Abrir a caixa
Do inesquecível
Assim foi aquela noite
Presente do acaso.